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Olá! Nesta sexta sessão, quero abrir um parêntese para refletir sobre a importância da preservação da lei de Deus ao longo das gerações, como um dos meios mais eficazes de educar para a vida.
 

A Palavra de Deus é viva, eficaz e representa o maior tesouro que o ser humano pode possuir. Não é apenas o texto em si que transforma, mas sim a revelação divina que ele carrega. Essa Palavra foi preservada ao longo das gerações, não por mérito humano, mas por ação do próprio Deus, que inspirou e sustentou sua transmissão por meio dos séculos.

Para que uma geração influencie verdadeiramente a próxima, é necessário que três elementos caminhem juntos: conhecimento, crença e costume.

 

O conhecimento diz respeito à informação verdadeira sobre Deus.

A crença é a convicção profunda de que essa informação é real e digna de confiança.

Já o costume se refere à prática diária que reforça aquilo que se sabe e no que se crê.

 

Quando esses três elementos se unem, formam uma tradição viva, sólida, capaz de atravessar gerações e moldar vidas com profundidade.

A influência da fé no contexto familiar é um processo que se desenvolve ao longo do tempo. A Bíblia nos mostra que, em um período de cerca de 80 anos - conforme o Salmo 90.10 -, é possível formar uma linhagem inteira comprometida com o Senhor, caso os pais eduquem seus filhos segundo os princípios da Palavra. Passagens como Josué 1.8-9 ressaltam o poder da obediência e da meditação contínua nas Escrituras como caminho para o sucesso e a direção divina.

Os idosos têm um papel fundamental na preservação e transmissão da fé. Exemplo disso é Roboão, que sofreu as consequências de desprezar os conselhos dos anciãos (1Reis 12.1-15). Em contraste, Joiada foi um sacerdote que, mesmo em idade avançada, exerceu influência positiva e espiritual em Judá (2Crônicas 24.15-16). Também Zacarias e Ana, no Novo Testamento, demonstraram fidelidade e piedade na velhice, sendo instrumentos de Deus em momentos marcantes da história da salvação (Lucas 1.5-9; 2.36-38).

Antes mesmo de a Palavra ser registrada por escrito, os conhecimentos sobre Deus eram transmitidos oralmente. A tradição oral teve um papel essencial na preservação da fé. A genealogia bíblica mostra que Adão viveu até o tempo de Lameque, pai de Noé, o que indica uma conexão direta entre as gerações e a preservação do relato da criação e da queda. Abraão também viveu na mesma época de Sem, filho de Noé, o que ajuda a entender como ele já possuía informações sobre o Deus criador, o dilúvio e a aliança, mesmo antes da Torá ser escrita por Moisés.

A Palavra de Deus é muito mais do que um conjunto de textos. Ela é viva e eficaz (Hebreus 4.12), é inspirada por Deus para ensinar, corrigir e preparar o ser humano para toda boa obra (2Timóteo 3.16-17). Ela nunca volta vazia (Isaías 55.11), é lâmpada para os nossos pés (Salmo 119.105), escudo para quem nela confia (Provérbios 30.5), e verdade absoluta (João 17.17). Além disso, ela deve ser praticada, e não apenas ouvida (Tiago 1.22).

Por isso, a tradição cristã baseada na Palavra é um modo de vida. Textos como 1Coríntios 11.2 e 2Tessalonicenses 2.15 nos exortam a reter e viver as tradições ensinadas, tanto oralmente quanto por escrito, com fidelidade e sabedoria.

 

A fé bíblica é, portanto, uma fé geracional e formativa pela educação da família. Pais instruem filhos, avós deixam legados, e os mais velhos edificam os mais novos com sua experiência e sabedoria. A maturidade espiritual é o fruto de uma vida enraizada na Palavra, evidenciada por amor à virtude (2Timóteo 3.15), piedade (2Pedro 2.3), obediência (Salmo 119.11), pureza (Salmo 119.9) e transformação de vida (2Timóteo 3.16-17).

Assim, somos chamados a ser uma geração que conhece, crê e vive a Palavra - e que a transmite com paixão e fidelidade às próximas gerações.

Espero que você tenha percebido o valor da educação na formação de um indivíduo que ame a Deus.

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