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Olá! Que bom saber que você está firme no propósito de conhecer mais sobre Deus e sobre a educação. Você chegou à sétima sessão do programa de autoestudo - Do Éden à Academia: Resgatando a Educação Clássica.

Nesta sessão, tomaremos como referência a educação patriarcal. Refiro-me à educação promovida pelos pais Abraão, Isaque e Jacó. É claro que preciso novamente lhe dizer que meu propósito não é esgotar todo o conhecimento que envolve essas histórias, mas apresentar alguns pontos e destacar algumas reflexões para que possamos compreender os processos de amadurecimento e desenvolvimento do conhecimento existentes naquela época.

Nosso ponto de partida é o texto de Gênesis 12.1-4, que diz:

“Ora, disse o Senhor a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra. Partiu, pois, Abrão, como lhe ordenara o Senhor.” (Gn 12.1-4)

Duas perguntas são importantes aqui:

  1. Que terra era essa?

  2. Que conhecimento Abrão tinha?

 

Para a primeira pergunta, precisamos considerar o seguinte: a terra de onde Abraão saiu - Ur dos Caldeus - estava localizada na região da Mesopotâmia. Sim, a mesma região à qual nos referimos ao mencionar povos antigos como os sumérios e os acadianos. Foi nessa mesma terra que habitou o filho de Noé, Sem, quem iniciou toda uma formação cultural, intelectual e tecnológica para os povos que ali viveram. Evidentemente, muita coisa aconteceu desde a época de Sem até os dias de Abraão, mas podemos considerar que o conhecimento das eras, de alguma forma, foi preservado para a família de Abraão e para outras famílias que viviam naquela região.

Isso nos leva à segunda pergunta: que conhecimento Abraão possuía?

 

Entre outras coisas, é importante dizer que, mesmo havendo registros de que aquela terra havia se paganizado e sido fortemente influenciada pela idolatria e pelo politeísmo pagão, ainda havia aqueles que preservaram sua identidade como pertencentes ao povo de Deus, bem como o conhecimento do Senhor. Certamente, entre esses, estava a família de Abraão.

Abraão, então, acolhe a ordem de Deus e passa a ser um peregrino em busca da terra que o Senhor lhe mostraria. Em sua jornada - especialmente por terras áridas - foi necessário aplicar todo o conhecimento e técnicas relacionadas ao trânsito, à alimentação, às relações interpessoais e entre povos diversos. Isso mostra que Abraão detinha amplo conhecimento nessas áreas, essenciais para tal viagem. Além de tudo isso, era imprescindível que ele preservasse seu conhecimento sobre Deus e a lei da criação - fundamentos sobre os quais sua vida seria pautada e que deveriam ser ensinados a seus filhos.

Saltando um pouco na história, chegamos à ocasião em que Abraão buscou uma esposa para seu filho Isaque, o filho da promessa com Sara. Não discutirei aqui os demais filhos de Abraão, nem toda a poligamia envolvida em sua história, que certamente contraria a vontade de Deus. Quero, sim, destacar o texto de Gênesis 24.62-66, que diz:

“Ora, Isaque vinha de caminho de Beer-Laai-Roi, porque habitava na terra do Neguebe. Saíra Isaque a meditar no campo, ao cair da tarde; erguendo os olhos, viu, e eis que vinham camelos. Também Rebeca levantou os olhos e, vendo a Isaque, apeou do camelo, e perguntou ao servo: Quem é aquele homem que vem pelo campo ao nosso encontro? É o meu senhor, respondeu. Então, tomou ela o véu e se cobriu. O servo contou a Isaque todas as coisas que havia feito.” (Gn 24.62-66).

enfatizo o trecho que diz: “Saíra Isaque a meditar no campo, ao cair da tarde.”


Notem o conhecimento reflexivo e devocional que Isaque possuía. Certamente, ele aprendeu isso com seu pai. A lei de Deus, preservada desde Adão, passando pelo dilúvio e pelos descendentes de Noé (destacando Sem), chegou até Isaque - que cumpria seu papel espiritual e demonstrava devoção ao Deus verdadeiro. Isso não seria possível sem um processo educativo e de maturação.

Além disso, se você ler novamente o texto, perceberá que o encontro entre Isaque e Rebeca se deu com características de pureza, o que nos leva a pensar que havia ali princípios moderadores na formação familiar. Ou seja, valores e virtudes do Deus verdadeiro foram comunicados a Isaque, e também à Rebeca - que aprendeu com seus pais.


Um destaque memorável é que Isaque e Rebeca representam a ideia de um casamento monogâmico e insolúvel. Afinal, comparando com seu pai Abraão e com seu filho Jacó - que juntos formam o trio de patriarcas do povo de Deus -, Isaque foi o único que manteve-se com uma única esposa e foi fiel a ela por toda a vida, pelo menos conforme o texto bíblico nos revela.

Agora, quero desafiá-lo a ler os capítulos 37 a 50 do livro de Gênesis, que narram a história de Jacó e seus filhos. Tente perceber quanta sabedoria está envolvida nesse trecho da história do "Livro das Origens". Observe os processos educativos, de maturação, mas também os erros cometidos.

Ao final, descobriremos que, sim, sempre houve educação - e essa educação passou, fundamentalmente, pela constituição familiar. Na história, pelo menos no que vimos até aqui, Deus sempre priorizou a verdade de que é a família quem educa o filho e o conduz à maturidade.

Quero encontrá-lo na próxima sessão!

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