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Que bom que você está firme no propósito de conhecer mais sobre Deus e a educação clássica. Não se esqueça de que meu propósito é ajudar você em seu projeto de autoestudo. Por esta razão, pesquise além daquilo que oferece nesse programa.
Na sessão anterior, vimos como a educação foi importante na formação de indivíduos e sociedades no mundo pré-diluviano. Agora, porém, voltaremos nosso olhar para os processos formativos considerando o mundo pós-diluviano.
Quero iniciar nossa reflexão observando algumas sociedades reconhecidas por seu desenvolvimento intelectual e suas implicações nos respectivos contextos sociais.
Começaremos mencionando a Mesopotâmia. Foi uma região por onde passaram muitos povos nômades, oriundos de diversas localidades. A terra fértil fazia com que alguns desses povos se estabelecessem naquele território, dando origem às sociedades mesopotâmicas.
Os sumérios, habitantes do sul da Mesopotâmia por volta de 4000 a.C., formaram uma das primeiras civilizações da história humana. Essa sociedade se destacou pela organização urbana, invenções tecnológicas e desenvolvimento cultural. A educação suméria era altamente valorizada, especialmente entre as classes dominantes, e estava centrada nos é-dubba, ou "casas das tábuas", que funcionavam como escolas. Nessas instituições, os escribas - profissionais essenciais para a administração pública e religiosa - eram formados através de um ensino rigoroso baseado na escrita cuneiforme.
O currículo incluía matemática, literatura, leis, história e religião, refletindo o alto grau de complexidade do conhecimento sumério. A escrita cuneiforme, uma das maiores contribuições da cultura suméria, permitiu o registro e a transmissão de saberes, contribuindo para a consolidação da administração estatal e da memória histórica. Além disso, os sumérios desenvolveram avanços em astronomia, engenharia hidráulica e medicina, demonstrando uma educação prática e voltada para as necessidades sociais e religiosas.
Sua existência e sofisticação revelam a importância que davam ao saber como instrumento de poder e organização social. A civilização suméria lançou, assim, as bases para futuros sistemas educacionais do mundo antigo.
Os acadianos, que sucederam os sumérios na Mesopotâmia por volta de 2334 a.C., formaram o primeiro império unificado da região sob o comando de Sargão da Acádia. Apesar de absorverem muitos aspectos culturais dos sumérios, os acadianos também deixaram sua marca no desenvolvimento civilizacional, especialmente na organização política e na difusão da língua acadiana, de origem semita.
No campo da educação, os acadianos mantiveram os é-dubba como centros de formação, onde os jovens - sobretudo da elite - eram preparados para atuar como escribas e administradores. A escrita cuneiforme continuou sendo utilizada, mas passou a registrar o idioma acadiano, ampliando o acesso ao conhecimento para além da língua suméria. Isso contribuiu para a disseminação das tradições orais e religiosas do povo, bem como para a unificação cultural do império.
Os conteúdos educativos incluíam matemática, leitura, escrita, religião e direito, refletindo a complexidade administrativa e social do Império Acádio. Essa continuidade e adaptação dos processos educativos sumérios revelam um sistema de ensino consolidado, que permitia a manutenção do poder e da ordem. A valorização do conhecimento como ferramenta de governança mostra que os acadianos compreenderam a educação como pilar essencial da estabilidade imperial.
Os egípcios antigos, cuja civilização floresceu às margens do rio Nilo por volta de 3000 a.C., desenvolveram uma sociedade altamente estruturada e marcada por avanços notáveis nas artes, ciências e organização política. A educação no Egito Antigo era fundamental para a manutenção do Estado, especialmente voltada para a formação de escribas, sacerdotes e administradores — pilares da administração faraônica.
As escolas egípcias funcionavam geralmente dentro dos templos, onde jovens de famílias nobres e médias recebiam um ensino disciplinado e voltado para a prática. O aprendizado da escrita hieroglífica e hierática era central, acompanhado de estudos em matemática, astronomia, medicina e religião. A memorização e a cópia de textos clássicos faziam parte do método pedagógico, refletindo a valorização da tradição e da ordem social.
O conhecimento egípcio permitiu grandes feitos em arquitetura, como as pirâmides, além de avanços médicos documentados em papiros especializados. Embora o acesso à educação fosse limitado às elites, a sofisticação dos conteúdos e métodos mostra uma civilização que compreendia a importância da formação intelectual para a manutenção de seu complexo sistema religioso, econômico e político. A educação no Egito, portanto, revela uma cultura profundamente ligada ao saber e à preservação do conhecimento.
Mas de onde vieram essas pessoas?
Voltemos ao testemunho bíblico:
"Abençoou Deus a Noé e a seus filhos e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra. Pavor e medo de vós virão sobre todos os animais da terra e sobre todas as aves dos céus; tudo o que se move sobre a terra e todos os peixes do mar nas vossas mãos serão entregues. Tudo o que se move e vive ser-vos-á para alimento; como vos dei a erva verde, tudo vos dou agora. Carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis. Certamente, requererei o vosso sangue, o sangue da vossa vida; de todo animal o requererei, como também da mão do homem, sim, da mão do próximo de cada um requererei a vida do homem. Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu; porque Deus fez o homem segundo a sua imagem. Mas sede fecundos e multiplicai-vos; povoai a terra e multiplicai-vos nela."
(Gênesis 9.1–7)
"São eles os três filhos de Noé; e deles se povoou toda a terra."
(Gênesis 6.9–19)
Há indícios de uma civilização próxima ao sopé do Monte Ararate, de onde, certamente, os filhos de Noé partiram para povoar a terra, difundir o conhecimento herdado e gerar novos saberes. Dali, os povos se dividiram em três direções distintas, conforme a movimentação geográfica de cada um dos filhos de Noé.
Considere, então, que as sociedades da região da Mesopotâmia foram, na verdade, aprendizes de Sem, descendente de Noé. O mesmo se pode dizer dos jafetitas e dos camitas.
Veja como é brilhante o conhecimento ser passado de geração em geração. Isso não seria possível se não houvesse educação e o desejo pela transmissão e desenvolvimento do saber.
* Como exercício prático, leia o capítulo 10 de Gênesis, observando seus aspectos instrucionais, e analise o conhecimento e a tecnologia presentes na construção da Torre de Babel, descrita em Gênesis 11.


